Como é óbvio, só depois de ter construido os três telescópios mencionados no capítulo da Óptica, faria sentido uma abordagem ao fabuloso mundo da Astronomia, não como astrónomo amador como tantos se intitulam, mesmo quando só possuem um pequeno óculo de brincar, mas sim como um insaciável curioso e estudioso das maravilhas do Espaço. Infinito. Embora os seus aparelhos possuam objectivas com 22cm, 19 cm, 16 cm de abertura, a que correspondem, efectivamente distâncias focais de 2.10m, 1.55m, e 1.40m, portanto com significativos tamanhos para serem operados a partir de uma casa de habitação, encontram-se a muitos anos luz de distancia das capacidades dos gigantescos telescópios construídos pelos Estados em todo o mundo e postos ao serviço de cientistas da Astronomia, e que por esse motivo, não lhe permitem ir muito além dos limites do sistema solar. Mesmo assim, ao cabo de muitas e muitas horas de observação e meditação, quando operava sozinho na quietude de noites calmas e límpidas, ainda se atreveu a discordar dos mestres ao conceber e escrever uma teoria sobre a origem da Lua, nosso satélite natural. Outro folheto se seguiria intitulado “A Inteligência do Homem e o Seu Entendimento Progressivo do Cosmos Desde há 3 000 Anos A.C.”amplamente ilustrado com desenhos e fotografias, folhetos esses, cujas cópias tem oferecido a amigos, colegas e muitas pessoas que se têm dignado ouvi-lo em palestras para as quais tem sido convidado por diversas Instituições, ou em sessões de observação em sua casa, bem como em algumas Instituições, como, por exemplo, o seu querido Banco de Portugal, para onde tem deslocado os seus aparelhos.
Para completar a sua mais que modesta digressão pela Astronomia, segundo expressão sua, materializada sobretudo numa interessante serie sequencial de fotografias da Lua, no formato de 30x40cm, desde uma ténue falcada da fase crescente a outra idêntica da fase minguante, aliás sempre presente em todas as suas exposições de Telefotografia, não pode deixar de ser referido o seu espírito crítico em relação à teoria do Big Bang sobre a origem do Cosmos.
Embora desde o princípio tenha facilmente aceitado a evidência da análise espectral da luz das galáxias que prova o movimento da sua expansão no Espaço Sideral, certamente resultante de uma formidável explosão de toda a matéria e energia condensada numa minúscula bolinha mais pequena que a cabeça de um alfinete, que constitui a teoria oficialmente aceite, não deixa de lhe ser intrigante o facto de não haver uma explicação plausível sobre as causas que motivaram não só a referida concentração de matéria e energia, como também sobre as que desencadearam a sua explosão. Tudo lhe parece indicar que o Big Bang apresentado como fenómeno único, tem mais por objectivo varrer de uma vez por todas a ideia de Deus da cabeça do Homem. Por isso, como contrapartida ao fenómeno único, pergunta: porque não concluir que o Big Bang não foi um fenómeno único? Porque não concluir que foi um acontecimento local e não universal? Porque não concluir que já aconteceram no Passado, sabe-se lá quantos outros? Porque não concluir que também no Futuro não venham a acontecer mais, noutros locais ou áreas do Espaço? Parece-lhe, portanto, que é muito mais lógico e sensato admitir, em toda a Eternidade, a ocorrência de Big Bangs, constituindo estes, uma espécie de Pulsação Universal, com concentrações e expansões de Energia e Matéria, aqui e além no Espaço Infinito. E para terminar, faz a seguinte advertência: que o esmagador gigantismo do COSMOS já conhecido ou pelo menos supostamente conhecido, juntamente com o ainda muito maior do COSMOS por conhecer, que no seu todo resultam p ara nós num inatingível INFINITO, sirvam de lição àqueles que vegetam à superfície de um ultramicroscópico grão de pó chamado Terra, inserido na maravilha desse INFINITO, para que se mentalizem de que devem observá-lo e estudá-lo com o maior respeito e humildade e não como muitos o fazem levianamente, cheios de arrogância e presunção. Sigam o exemplo do grande Einstein.
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